Imagine que, enquanto você lê esse texto, na Estação Especial Internacional – ISS, “três astronautas estão a mais de 400 quilômetros do chão, girando ao redor de nosso planeta a incríveis 27 mil quilômetros por hora. A esta velocidade, eles completam 15 órbitas por dia em volta da Terra (e pensar que há pouco tempo já chegamos a achar uma façanha dar uma única volta ao mundo em 80 dias). A mega-obra de engenharia que abriga esta tripulação, é fruto de um esforço multinacional que resultou na conclusão do projeto em 2000. Desde então, o satélite habitável jamais ficou sem seres humanos – são 14 anos ininterruptos no espaço, um recorde absoluto na história da exploração espacial” (revista Galileu).
Olhares atentos podem avistar a ISS, apenas olhando para o céu em determinados horários do dia 25 e 27 de outubro (veja como na imagem ao lado). Nos dias certos de sua aparição, ela é o terceiro objeto mais brilhante no céu noturno. A estação espacial pode ser identificada, pois parece um avião ou uma estrela muito brilhante que se desloca pelo céu, exceto pelo fato de não ter luzes piscando ou mudar de direção. Ela se movimenta consideravelmente mais rapidamente do que um avião normal (os aviões geralmente voam a cerca de 950 km por hora, a estação espacial voa a 27 mil km por hora).
A ISS é um laboratório espacial, que perde, em média, 100 metros de altitude por dia e orbita a Terra num período de cerca de 92 minutos. É comum associar à estação um estado de “gravidade zero”, originando alguma confusão, porque tal que não ocorre no local. O efeito “gravidade zero” ocorre porque a estação está “a cair eternamente” por causa da curva ocasionada pela “força centrípeta” a que está sujeita.
A estação é utilizada continuamente para realização de experiências científicas (algumas cuja realização na superfície terrestre seriam de elevada dificuldade, mas de relativa facilidade em órbita). Atualmente a estação está pronta para suportar tripulações de seis elementos. Até julho de 2006, todos os membros da tripulação permanente provinham dos programas espaciais russos ou norte-americanos. No entanto a partir dessa data, a EEI tem recebido tripulantes das Agências Espaciais Europeia, Canadiana e Japonesa. A Estação Espacial também já foi visitada por muitos astronautas de outros países e por turistas espaciais. Até hoje, apenas um astronauta brasileiro esteve a bordo da ISS, Marcos Pontes, que permaneceu no local uma semana, depois de ser transportado por um foguete russo.